Namorado de biomédica Joysa diz: ´Não fugi do local´
RICHARD MORAIS comentou pela 1º vez sobre o acidente
0000-00-00 00:00:00Na noite desta sexta-feira (31/05) aconteceu a missa de 7º Dia da morte da biomédica Joysa Ribeiro Barros, realizada na Igreja de Nossa Senhora de Fátima, zona Leste de Teresina. Além da família da jovem, estava presente o namorado Richard Morais, que estava no carro com Joysa no momento do acidente ocorrido na madrugada do sábado, dia 25 de maio.
O administrador que ainda não tinha conversado com a imprensa, aceitou falar ao 180graus e contou sua versão do que ocorreu naquela madrugada. Ele foi acusado de abandonar o local e o corpo de Joysa após a colisão com a Amarok dirigida pelo policial civil e ex-prefeito de Nossa Senhora dos Remédios, Ronaldo Lages. Veja agora a entrevista e saiba o que conta Richard sobre o incidente.
180graus: Hoje, como você está fisicamente?
Richard: Estou ainda praticamente sedado, tomo medicação de hora em hora, senão nem consigo ficar de pé. Ainda sinto muitas dores. Além do ferimento no rosto e no braço, fraturei uma costela, já que fiquei preso entre o banco e o volante do carro. Desde o dia do acidente, tenho de ir no hospital todos os dias.
180graus: Você já deu seu depoimento à polícia?
Richard: Eu fui o primeiro a chegar na delegacia na segunda-feira de manhã. Eu estava lá às 9h para conversar com o delegado.
180graus: O que você lembra do acidente?
Richard: Lembro de pouquíssima coisa. Eu fiquei desorientado! Não lembro de Amarok nenhuma, não vi nada, só lembro de ter acordado ainda preso ao carro e de uma mulher me ajudando. Depois que fui saber que era uma médica que morava em um prédio próximo e teria também uma moça chamada Andreia, que me ajudaram a sair das ferragens.
180graus: Muita gente, e até a própria família acusa você de ter deixado o local do acidente. O que você tem a dizer sobre isso?
Richard: Eu não fugi do local. Sabe por que eu não fugi? Saí de lá sem nem mesmo me tocar do que tinha acontecido. Já fiquei sabendo que depois do acidente passei quase meia hora desacordado, sufocado pelo volante que pressionava meu peito, tanto que fraturei a costela. Se tivesse demorado um pouco mais ali preso, nem sei se teria aguentado a falta de ar. Uma médica tocou meu pulso e viu que ainda estava vivo. Ela me ajudou sair do carro, e me colocou sentado na pista. Até lembro de um flash, eu sentado no chão todo ensanguentado.
180graus: Lembra como chegou ao hospital?
Richard: Eu só sei que passou um taxista no local e se ofereceu para me levar. Fui para o hospital tonto, eu sangrava muito e sentia muitas dores.
180graus: E a Joysa?
Richard: Olha, podem até quebrar meu sigilo telefônico e vão saber. Tanto eu não sabia que a Joysa estava morta, que no hospital eu liguei para ela, querendo saber onde estava. Depois que fui saber que ela não estava mais viva. Eu não abandonei ela, eu nem estava em mim depois daquilo tudo.
*O 180graus tentou falar com a jovem de nome Andreia, citada por Richard, mas ela preferiu não comentar o caso, afirmando que estava muito abalada com o acontecido. "Eu presenciei quase tudo, só não a colisão mesmo, mas isso está prejudicando inclusive minha saúde", disse rapidamente ao telefone, negando querer falar. Ela disse que não ajudou a retirar o rapaz do carro, mas que presenciou o que aconteceu.
MOTORISTAS PODEM SER INDICIADOS
Mesmo com a versão dada à polícia, a promotora Clotíldes Carvalho, já sinalizou que também pode indiciar Richard por ter ‘deixado o local do acidente’. Mas a próprio membro do Ministério Público lembra que ele só deva pegar uma pena branda, como prestação de serviços. Para o delegado Sebastião Alves, titular da Delegacia de Acidentes e presidente do inquérito que apura a o caso, Richard também é considerado vítima, e consequentemente o motorista da Amarok poderá responder não só por homicídio culposo – quando não há intenção de matar – como por lesão corporal.
A família de Joysa chegou a comentar que perdoa Richard, ao tempo que ainda diz não entender os motivos dele ter deixado o local. “Só errou em ter saído de lá, fora isso ele não tem culpa nenhuma”, disse o tio da biomédica Carino Ribeiro em entrevista à TV Meio Norte.
EX-PREFEITO DEVE DEPOR NA SEGUNDA-FEIRA
O próprio ex-gestor confirmou em entrevistas ao vivo em canais de televisão que era ele quem conduzia a Amarok que invadiu a preferencial ao sair da rua Angélica para a Jóquei Clube. Seu depoimento deverá ser dado ao delegado Sebastião Alves, na delegacia de Acidentes de Teresina, na próxima segunda-feira (03/06). Ele chegou a ser desmentido sobre sua ida à delegacia. Apesar de ter dito ao vivo na TV que já havia se apresentado, a polícia negou que ele tivesse ido à especializada e que apenas seu advogado, Gustavo Lages Borges, procurou a delegacia para entregar documentos, informando que Ronaldo estava à disposição das investigações.
RONALDO DEIXOU O LOCAL EM UM GOL
A Polícia já identificou que o ex-prefeito e policial civil Ronaldo Lages evadiu-se depois da colisão que matou a biomédica Joysa Ribeiro com a ajuda de quatro pessoas em um Gol. Estas pessoas foram identificadas pela polícia, deverão ser ouvidas e possivelmente serão indiciadas. Ontem, um divulgado mostra a sequência do que aconteceu nos instantes após a colisão. Ronaldo Lages, que conduzia uma Amarok branca, desce da picape após colidir com o Agile onde estava a jovem e o namorado, Richard Morais, vai até a porta do passageiro e procura por algo. Ele volta para o lado do motorista, observa um pouco e depois sai caminhando tranquilamente. Depois disso, ele teria ligado para uma das pessoas que estava no Gol que voltou para pegá-lo.
Fonte: 180graus.